Hoje invés de
letra de música, um soneto para minha anjinha, de Camões, que me levou de volta à
época do segundo grau, com o professor Mandrik. Estudei sem entender sua
beleza. Só hoje, sem obrigações escolares, descobri o grande Camões, e este
belo soneto que diz perfeitamente o que sinto:
Alma minha
Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida, descontente,
repousa lá no Céu eternamente
e viva eu cá na terra sempre triste.
tão cedo desta vida, descontente,
repousa lá no Céu eternamente
e viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
memória desta vida se consente,
não te esqueça daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste.
memória desta vida se consente,
não te esqueça daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
alguma cousa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder-te
alguma cousa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder-te
Rogo a Deus, que teus anos encurtou,
que tão cedo de cá me leve a ver-te
quão cedo de meus olhos te levou.
que tão cedo de cá me leve a ver-te
quão cedo de meus olhos te levou.
Luis Vaz de Camões
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