sábado, 9 de setembro de 2017

Para as mães que choram como eu


Ah, como sei o que sentem, como sei como choram, como sei do pensamento que vaga procurando o por que?
Como sei como é doída a saudade.
Como sei das lágrimas derramadas à noite ou debaixo do chuveiro.
Como sei a dor de ouvir uma palavra, uma música que nos lembra forte de quem partiu.
Mas, devo repassar o meu alento, repassar o meu conforto.
Todas as noites meu último pensamento é para minha filha (Deus me compreende) e fico na expectativa de sonhar com ela.
E sonho, e o abraço e o beijo e acordo com com a sensação das suas mãos acarinhando meu rosto, a sensação do seu beijo morno.
E assim, 06 anos se passaram, sem que eu ficasse um só dia sem chorar a saudade, sem lembrar e sem amargurar a vida que não vejo passar.
Meu conforto são os sonhos, como é bom sonhar com ela.
Quando ela se foi, estava com a cabeça raspada, (Da UTI).  No sonho, o cabelo é  crescido.
Hoje, sonho com ela ainda bebê.
Por isso, minhas irmãs de saudade e dor, vivam com a expectativa de sonhar com seus filhos, vivam como eu vivi, porque no sonho, a gente vê, a gente sente, a gente vai com eles, a gente vive com eles.
No sonho, a partida é a chegada.
No sonho, a morte é a vida.
No sonho, as lágrimas são de alegria.
No sonho, a vida é real.

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