sexta-feira, 12 de abril de 2013

desassossegos

Oi anjinha o dia amanheceu chuvoso,lembranças dos dias em que estávamos juntinhas,naquele inverno...Tua primeira noite chuvosa...Dias de incubadora chuvosos em que eu ia te visitar todos os dias enfrentando comentários de que eu não podia sair com chuva em virtude da cesárea,dias em que passamos em casa com chuva em que eu te pegava no colo para te  mostrar a chuva como se eu soubesse que você não teria mais oportunidades de ver,dias em que você estava naquela UTI em que eu passava as noite naquela casa de apoio e sem sombrinha a pedido do papai eu colocava sacolinhas de plástico nos pés e embaixo da chuva ia passar mais um dia na porta da UTI,até a hora que eu poderia te ver...Estou aqui numa sacada,com a cuia de chimarrão ao lado e lembrando esses momentos e me veio na lembrança uma música que a tia e madrinha Kátia me enviou uns dias atrás e tem tudo a ver com meus sentimentos...



Meus desassossegos sentam na varanda,
Pra matear saudades nesta solidão,
Cada por de sol, dói feito uma brasa,
Queimando lembranças, no meu coração.
Vem a noite aos poucos, alumiar o rancho,
Com estrelas frias, que se vão depois.
Nada é mais triste, neste mundo louco,
Que matear  com a
ausência, de quem já se foi.
Que desgosto o mate, cevado de mágoas,
Pra quem não se basta, pra viver tão só.
A insônia no catre, vara a madrugada,
Neste fim de mundo, que nem Deus tem dó.
Meus desassossegos sentam na varanda,
Pra matear saudades nesta solidão,
Cada por de sol, dói feito uma brasa,
Queimando lembranças, no meu coração.
Então me pergunto neste desatino,
Se este é meu destino, ou Deus se enganou? Todo desencanto para um só campeiro,
Que de tanto amor se desconsolou.(desassossegos João Chagas Leite)

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