Hoje
depois de dois longos anos aprendi que devo sofrer sozinha calada, pois se me
manifesto sou tida como doente, ”depressiva”. Existo sem viver plenamente. Choro
mesmo quando estou sorrindo. Tenho tudo o que preciso, mas não tenho nada ao
mesmo tempo. A vida que estou vivendo depois da perda da Letícia é outra vida,
aquela que consiste do que sobrou da minha; antiga vida... Porque no dia em que
perdi a Letícia, uma parte de mim, a melhor, morreu junto...Dos cacos que sobraram, montei uma coisa meio parecida com uma vida e, assim,
vivo tentando convencer aos outros que consegui sobreviver à tragédia... Faço,
sim, minha parte: a cada amanhecer procuro dentro de mim mesma uma força, que
não sei onde está e nem se ainda existe, para passar mais aquele dia sem pensar
no que aconteceu... E só Deus para, diariamente, renovar essa força... Mas... Nunca
mais serei a mesma... Nunca mais...
LETÍCIA
TE AMO MUITO,MUITO......SEMPRE, SEMPRE..
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