Esta falta que me
causas é como dor que não se localiza. Falta não sei onde e não sei o quanto.
Espaço não configurado, não conceitual, imensurável. O que sei de mim, pela
força da saudade, por vezes, me esquece. É como labirinto não sinalizado por
onde recolho pedaços, fragmentos de mim. Levaste a senha da minha inteireza. E
desde esse momento me assombro em tanta ausência. Consolo-me na observância
silenciosa dos teus segredos que em poucas frases nos legastes. Há nelas uma
fragilidade se esvaindo pela cavidade do tempo. É impossível negar: É teu
ressuscitar sereno, ampliando a tua ausência em mim. Roubas o que sou e me
tornas a sepultura de onde sais. Sou o espaço da tua inabilitação. Sou a
saudade que te evoca, traz de volta e te concede uma criativa forma de
continuar.
(Do livro "Tempo: saudades e esquecimentos" - Fábio de Melo)
(Do livro "Tempo: saudades e esquecimentos" - Fábio de Melo)
Não preciso dizer mais nada... Somente Te amo
minha anjinha!
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