Hoje sábado de aleluia, mais um dia triste...Mais um dia em que
imagino Maria, mãe de Jesus angustiada, aflita, dolorida pela morte de seu
amado filho, como eu passei muitos dias de aflição e de dor pela partida da
minha pequena e única filha.
PIETÁ Sentada sobre o chão frio, Uma mulher chora. Em seus braços está um corpo sem vida. Seu filho já não respira, O coração já não bate, Já não tem sonhos, Não tem medos,Não tem mais nada. Ontem de manhã, Sentada sobre o chão frio De uma rua de outra cidade, Outra mulher contempla o passado que se perdeu E o futuro que lhe foi negado. Seu filho está morto também em seus braços. Em seu olhar firma-se um abismo De revolta, incompreensão, Impotência. Que consolo, que esperança? Que palavra pode-lhe ser dita? O sofrimento destas mulheres está além das palavras, Onde nada mais tem ou pode dar sentido a sua dor. Diante do seu olhar apenas nos calamos. Silenciamos pelo que não compreendemos, Pelo que somos incapazes de suportar. Esse silêncio rompe o tempo, Transcende o espaço. Na figura de duas mulheres, Com filhos mortos em seus braços, Mora o mistério da própria humanidade.
Escrito por Augusto Cezar - DOM
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