domingo, 26 de agosto de 2018

Conversa com Deus

DEUS: -Filha, não chores. Eu ainda estou no controle de tudo!
MÃE: - Mas Deus porque eu? porque minha filha? poque com minha família?
Ela era tão desejada, tão amada, tão esperada... lutei, fiz o possível e o impossível pra que desse tudo certo.
Nas minhas orações pedia que enviasse anjos pra nos proteger. Não consigo entender o porquê de tudo isso, Pai.
DEUS: - Filha você não entende, mas depois lá na frente você vai entender.
MÃE: - Não Deus, não aguento mais. A dor corrói minha alma e dilacera meu coração 
DEUS: - Olha filha, mantenha calma, eu explico pra você:
Sabe aquelas orações em que você me pedia um anjo pra guardar e proteger você?!
MÃE: - Lembro sim, Senhor.
DEUS: - Pois, então, já que você queria um anjo só seu, peguei seu ventre emprestado...e ali fiz gerar um anjo! E como ela estava aí na Terra, nasceu em forma de ser humano, mas foi só temporário, pois logo tive que transformá-la em anjo para cuidar e proteger você!
MÃE: - Mas Deus, eu a amava e queria tanto cuidar dela.
DEUS: - Filha, ela já pôde sentir todo este amor e cuidado quando estava em seu ventre. Mas você precisa entender que mãe de Anjo não nasceu para cuidar e sim para ser cuidada. E no momento certo o seu anjo se tornará um arco íris em sua vida. Descansa em mim.



sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Estaria...Seriam 7 anos e 2 meses!

Hoje você estaria completando 7 anos e 2 meses...Vi nascer, vivi intensamente 24h por dia por você, cada segundo, cada coisa que eu fazia ou deixava de fazer era preocupada em como isso te afetaria... Mas mães infelizmente não controlam o tempo, o futuro, a vida ou a morte.
E em um instante você deixou de ser a minha realidade, passando à povoar o mundo dos meus sonhos e fazer parte de minhas memórias; deixou de ser a minha vida, para ser a razão de meu viver; de ser apenas amor e se transformou também na minha única esperança; em um só instante deixou de correr e começou a voar...

domingo, 12 de agosto de 2018

Dia dos Pais!

"A casa está escura.
Nas poucas luzes, há uma mãe cabisbaixa, perambulando entre lenços de papel e vazios cheios de saudade. Enquanto as sombras desta mulher buscam algum refúgio para a dor que não cansa de doer, há alguém que porta outra dor, que não cansa de se calar.
É o pai.
Ele também perdeu um filho.
Ele é um homem. E sabe como deve represar o que sente - desde que as primeiras agonias lhe acometeram, as lágrimas caíram sob a reprimenda de tanta gente, proibindo o choro de acontecer. O sofrimento masculino tem a obrigação de ser minimalista, contido pelas amarras de uma suposta força, que constroi sua suposta virilidade. Acontece que, no luto paterno, tudo é um grito rouco de desespero. Diante da morte do filho (o plano de uma gravidez que não chega, um feto, um bebê no útero ou filho grande; todos filhos igualmente), nasce um pai errante, sem lugar, sem origem, sem percurso e linha de chegada. Sua dor está em segundo plano, na necessidade de ser agora o provedor do cuidado ao luto de sua esposa. Sim, é incomparável o vazio de uma mãe sem filho. Mas ela não está só. Enquanto ele cuida do luto de sua esposa, ele se descuida do seu próprio. Ele acredita que não tem o mesmo direito que ela à travessia pela estrada que começa com a morte do filho e ousa reinventar a vida depois da perda.
Mas ele também lambe a ferida da morte, já que ela sabe bem roubar a esperança e fazer da história um mundo de reticências, sem hora para chegar o ponto que começa outro parágrafo.
E há um mundo que não consegue ver esta história, esta dor, este homem, este Pai.
Neste Dia dos Pais, que possamos iluminar finalmente o quarto escuro do luto paterno, e assim brotar um espaço de solidariedade em nossos corações. Descobriremos, enfim, que a morte tem a sua magia, já que nestes encontros solidários com as perdas dos outros, nós também renascemos. E ao reconhecer e apoiar o luto alheio, ficamos mais grávidos de vida."
(Texto de Alexandre Coimbra Amaral, escrito gentilmente para a Campanha de Dia dos Pais do Coletivo O Amor que Guia)

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

7 anos da maior tristeza da minha vida...


Há sete anos eu vi minha filha voltar para Deus. Eu a segurei no colo para me despedir enquanto os batimentos cardíacos caiam até zerar... Neste momento eu cantei pela última vez "dorme neném..." Eu rezei pela última vez a oração do Santo Anjo com a mão em sua cabecinha. Eu lutei junto com ela pela sua vida. Eu esperei o último exame de EEG com uma esperança fora do normal, esperança de mãe. Eu escolhi pela última vez a roupinha que usaria a tiara, tudo como sempre: rosa, desta vez para voltar para a casa de Deus.  Eu gritei de dor, sem saber o que faria... Eu fiquei descontrolada dentro daquele hospital por ela. Eu vi todos os nossos planos indo embora.Eu fui a uma funerária escolher um caixão para colocar minha amada bebezinha... Enquanto voltava para casa de Florianópolis ao invés dela estar no bebê conforto, estava num caixãozinho e lembrei das alegrias que vivi com ela, do dia do exame de gravidez positivo, das primeiras roupinhas compradas, do enxoval que eu bordei, da matrícula que o papai já havia feito na creche, do futuro que pensei ao seu lado e que não existiria mais, olhei para o céu e vi uma estrelinha que nos seguia... Chegamos ao funeral, me segurei oque pude para não tirá-la dali, parecia que dormia e aí esperei que a qualquer momento abrisse os olhos, chorasse...Eu ainda não acreditava no que estava acontecendo...Muitos vinham e diziam: "Você vai ter outro" eu apenas escutava eu não queria outro, queria a minha filha! Eu ajudei a carregar o caixãozinho até o cemitério e deixei a minha pequena bebezinha lá... Eu voltei para casa de malas cheias, mas meus braços e o coração vazio.  Eu tive que ser forte mesmo querendo desabar.  Eu cheguei em casa e encontrei o berço vazio. Eu levo flores, bonecas e anjinhos ao seu túmulo.Eu  me senti culpada pela partida dela, me julguei e busquei o porquê de tudo ter acontecido. Eu gritei com Deus em muitos momentos de desespero.  Eu fico relembrando todos os momentos como um cálculo para tentar achar o erro. Eu fico imaginando onde ela está e como está. Eu fico sonhando em como ela seria, como estaria. Eu sonho acordada com seu olhar e seu choro... Eu escutei muitas vezes, por ter uma determinada profissão, seria mais fácil... Quando é fácil uma mãe perder um filho? Eu  penso nela o tempo todo e a todo tempo. Sinto e sentirei sua falta até o meu último suspiro. Sinto saudades do que não vivi. Morro de angústia pensando nos "e se". Me revolto por sua morte tão prematura. Uma mãe não se acostuma com a morte de um filho, ninguém é forte a esse ponto. E a palavra superação me parece inadequada, visto que é impossível superar algo tão incompreensível. Não desejo esta perda a ninguém, pois somente entende a dor quem já passou, por tamanha perda... Nesses sete anos, porém, aprendi a ouvir as explicações das pessoas diante do inexplicável e a me calar, para não render o assunto. Aprendi a conviver com o luto eterno e tenho consciência de que vez ou outra a tristeza vai me abraçar e que eu preciso deixar esse sentimento vir à tona quando for necessário para poder, assim que possível, retomar a vida. Dentro de mim, um turbilhão de sentimentos trafega: queria ela aqui, mas sei que ela sofreria com aquela doença, não queria que ela sofresse... Ninguém sai do mesmo jeito de uma tragédia. Eu não saí. Fiquei um pouco louca, um tanto seletiva e passei a aproveitar cada milésimo de segundo do que me faz bem. Eu já não sou a mesma. Estruturas que eu considerava sólidas se desfizeram. Revi minhas crenças e minhas prioridades. Refiz a minha vida...Vejo em cada criança a Letícia e assim me esforço para ajudá-las...Sei que não poderia... Mas assim me sinto bem...
Sou mãe de uma anjinha.  Eu fiquei com a saudade eterna. Eu fiquei com as lembranças e com o AMOR ETERNO.  Eu vivo tentando encontrar o recomeço. Não existe Adeus para o Amor, ele é eterno, o amor é além da vida, e eu sei que o meu AMOR é tão grande e infinito que ele vai até o céu. E eu sei que ela vive em mim. Até breve minha filha!  Fica com Deus! Vou me esforçar bastante para merecer estar aí contigo!Te amo sempre!


domingo, 5 de agosto de 2018

CARTA DE DEUS


Por que choras tanto? Sei que é dolorido, que você não conseguirá aceitar. Não me julgue, não tirei ela de você por acaso.
Meus filhos, cada um de vocês, possui uma missão! A missão de alguns são longas, outras mais curtas como no caso dela. Enviei ela há terra para fazê-los felizes, da uma vida melhor a sua família com o dom que lhe dei. Sei que você não entende, você tenta, mas é difícil. Sei, que essa dor durará por muito tempo, . Sei também que você a amava e que esse amor será além da vida! Eu sei de tudo. Daqui de cima eu avistava esse amor e abençoava. Lembra quando ela entrou na sua vida? Você me pedia uma luz, um anjo. E foi assim que eu te enviei. A missão dela, era essa., devemos espalhar amor e bom humor por todo canto. Eu não tirei ela de você, apenas recolhi ela. Dentro do seu coração ela sempre continuará viva! Vocês ainda vão se reencontrar, vai demorar, mas vão. Confie em mim! Coloque um sorriso no seu rosto. Ela esta aqui comigo, e está dando aquele sorriso que você tanto ama! Ela também entende que é difícil acreditar, mas ela me prometeu que vai me ajudar cuidar de você. Sabe quando essa dor invade seu ser, e depois de um tempo da uma aliviada e as lágrimas param de cair? Então, somos nos agindo. Se ela está bem? Sim, está. Ela também sente falta, no começo não entendeu, mas quando contei que ela foi recolhida para terminar sua missão aqui ao meu lado, ela compreendeu . E é por isso que lhe peço, confia em mim, jamais te abandonarei. E quando der saudades, relembre os momentos bons e ore, pois te ouviremos através das suas orações.
- Com muito amor, Deus.

Autor: Desconhecido.