sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A rasteira que a vida nos deu



Não posso dizer que meu rosto se ilumina quando falo de minha filha minha fisionomia desabou.
Antes eu podia sentir a luz se acendendo quando olhava pra ela ou falava sobre ela, mesmo antes dela nascer, apagou, talvez volte um dia quando eu estiver vivendo só pra recordar.
Penso que fiz tudo o que pude da maneira que consegui, mas, acho que não foi o suficiente, acho que não dei o valor que ela merecia,fui fraca ao descobrir a possibilidade da doença, não cuidei como devia,sei lá acho que sou culpada... Não percebi em tempo que aquela pediatra não estava certa, eu tinha tanta fé nela!  
Pelo menos acho que se você tinha dor amenizei um pouco... Nunca deixei você chorar... Já pegava você... Dormia com você... Apesar de tantas críticas...
A rasteira que a vida nos deu me deixou plantada, não consigo me desprender desse chão, mesmo porque, não importa aonde eu vá , estarei sempre no mesmo lugar.
A vida hoje é um arrastar de horas de quem não vê a hora de tudo acabar. Existo pouco, vivo menos ainda, a saudade ocupa todo o espaço que um dia a felicidade ocupou. 

É comum a gente sonhar, eu sei, quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar com o pranto a me correr
...
Dorme, meu pequenininho, dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho de tanto amor que ele tem

...

Dorme menino levado, dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado de tanta dor que ele tem (O FILHO QUE EU QUERO TER – Toquinho)


Nenhum comentário:

Postar um comentário