Há 13 meses recebi uma
notícia que nenhuma mãe gostaria de ouvir, ou seja, que iriam desligar os
aparelhos que mantinham minha filha viva. Naquele momento senti meu coração
esfriar e ao mesmo tempo, medo, insegurança, dúvidas, e por fim tristezas
tomaram conta da minha vida e junto dela muitos projetos como mãe que sonhava
para ela, simplesmente parou no tempo.
A dor de não poder mais ver minha filha falar,
sorrir, crescer, enfim não aconteceria mais. Eu não conseguia ficar em pé diante
da dor que parecia me consumir e nem mesmo sequer ouvir o que as pessoas
falavam para mim naquele momento. Restava- me apenas segurar o xalezinho cor de
rosa da minha bebê junto a meu rosto, como que em dado momento a substituísse,
e chorar pois uma parte de mim também partira junto com ela. Sem dúvida alguma
senti naquele momento, Jesus e Maria segurarem-me pelas mãos e conduzirem- me
para o que seria o último momento de uma mãe diante de seu filho, que já se
encontrava nos braços do Pai.
Muitas vezes comparei a minha dor com a dor de
Nossa Senhora, que assistiu de perto todo o sofrimento de seu filho Jesus,
horas antes dele morrer, eu também tive a minha filha nos braços ao morrer,
mas, Graças a Deus, penso que a Letícia não sofreu como Jesus. A Letícia foi
sepultada e nossa separação foi consumada apenas fisicamente, pois ela
permanece viva para sempre em meu coração.
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