sexta-feira, 27 de abril de 2018

Estou bem, mas não bem…mas isso é bom!


Quando pensei que experimentava a pior tristeza e desolação que poderia suportar, alguém me disse que estava então na hora de fechar a tampa e então subitamente engasguei...fiquei sem ar e tentei segurar as lágrimas e manter a lucidez...mas tudo o que eu sentia era tristeza, desespero e o vazio tomando conta de mim!
Quando olhei pela última vez para minha filha, consegui sussurrar: - Adeus meu anjo, minha filha, meu amor! – tive a chance de ver seu rosto lindo e beijar suas bochechas... minha filha, esse ser em quem depositei minhas esperanças de um futuro feliz, meus sonhos e dei amor. Minha filha, tão jovem, tão pura, tão linda...
Meu esposo ficou ao meu lado durante todo o tempo, amigos e familiares que vieram ver minha filha e dizer-lhe adeus....
Arrumei então o travesseiro embaixo de sua cabecinha e dei um beijo em sua testa, em suas bochechas, em suas mãozinhas e coloquei entre seus dedinhos o tercinho branco que seria de seu batismo... e foi o momento mais triste em toda minha vida!
Eu amo tanto você, filha, que jamais encontrarei palavras para dizer o quanto. Te amo tanto, minha princesa, minha linda, minha doce menininha!
Chorei tanto desde que você faleceu, tanto, que pensei que meus olhos não teriam mais lágrimas… mas elas agora vertem da profundidade de minha alma!
Quem nunca perdeu um filho deve dar graças a Deus diariamente pela dádiva de poder simplesmente vê-lo, por não terem experimentado a tristeza de dizer adeus...
Devem agradecer por conseguirem manter seu filho na segurança de um abraço; coisas simples do dia a dia que já não poderei mais fazer com minha pequena luz...
Tento ser forte, tento manter-me em pé, mas quando olho no espelho tudo o que vejo é uma pessoa quebrada, vazia, a luz da felicidade foi roubada dos meus olhos... Mas eu tento, sabe. Deus sabe o quanto tenho tentado, mas sou apenas um ser humano... imperfeito, egoísta! Quero minha filha aqui comigo, mas infelizmente essa é uma decisão que não cabe a mim!
Passados alguns meses, ainda tenho os olhos vermelhos e o rosto encharcado de lágrimas!
Estou de luto e pelo resto de minha vida estarei!
Tento dividir com outros minha tristeza, não para que eles me entendam, não para que sintam, mas para tentar diminuir esse vazio, essa dor. Não que eu não vá mais sentir, mas é bom quando podemos contar com um ombro para chorar, ter alguém para nos abraçar, nos confortar em nossa miséria.
Sempre me pergunto se fiz realmente tudo que podia para evitar perder você, minha pequena... ainda não acredito, sei que aconteceu, mas ainda assim não acredito!
Hoje quando me perguntam se estou bem, respondo que não estou bem, mas que está tudo bem. Algumas pessoas dão de ombros apesar de não entenderem, enquanto outras apenas demonstram com seu olhar não entender muito bem o que isso quer dizer.
Antes eu queria ser compreendida, agora não mais. Basta que saibam que estou bem, sem estar completamente bem e apesar de contraditório, isso é bom!
Porque fingir estar bem não nos ajuda em nada, não ajuda quem convive conosco e nem quem espera alguma melhora de nossa parte. Após a perda de um filho vivemos um dia de cada vez, um passo nessa jornada do luto a cada dia...
Li alguns livros, ouvi alguns conselhos, busquei minha verdade em meio ao sofrimento.
E a verdade é simples:
Ninguém sofre do mesmo modo, ninguém sente a perda como eu sinto; nem mesmo eu sinto a perda como você que lê essas linhas sente a sua!
Com todos os pais que sofreram perdas, ao conversar e trocar experiências de como passar por esse doloroso caminho, descobri que cada coração é único. Cada um sente sua dor de forma diferente, todos procuramos entender-nos a nós mesmos vivenciando a dor dos outros quando tudo que precisamos é ser verdadeiros com a nossa! Assim percebemos aos poucos que foi real, que sofremos a pior perda que alguém pode suportar e sobrevivemos a ela, apesar de nunca estarmos preparados para isso!
Ainda estou anestesiada, após tanto tempo o peso da dor no meu coração é tão grande que ainda me faz cair de joelhos chorando e pedindo forças para Deus...Como pude deixar minha filha lá?! Como agüento respirar com essa pedra gelada da solidão esmagando meu peito?
Tenho alguns momentos de felicidade, mas a dor e a tristeza ficarão eternamente aqui, em minha alma....a sombra da dor da perda sempre será esse manto pesado e negro que carrego em meus ombros dia após dia. Não há como fugir dele assim como não conseguimos fugir da realidade: aconteceu! Não dá para negar, não dá para voltar no tempo.
Estou aprendendo a sobreviver assim, aprendendo a percorrer esse caminho escuro e frio, aprendendo a dar um passo após o outro, assim como minha filha estaria fazendo agora com seus pezinhos a desbravar o mundo, deixando suas pegadas... preciso aprender a viver com esse amor que guardo para dar a ela e apesar da tristeza que me consome, não há jeito, não há outro caminho!
Eu estou bem ... mas eu não estou bem ... e isso é bom!
Copyright© Tatiana Maffini
Escrito após ler
I’m okay … but I’m not okay … and that’s okay em Mitchell's Journey

terça-feira, 17 de abril de 2018

Seriam 6 anos e 10 meses...

Oi anjinha!!! Estou vindo tarde, mas vim! Nunca esqueço do teu dia! 17! Hoje estaria completando 6 anos e 10 meses!!! E estou feliz porque terminei o bordado para você! Hoje! Por isso demorei para vir aqui! Semana que vem vou mandar fazer moldura e trago aqui de novo! Te amo muuuito!

terça-feira, 10 de abril de 2018

6 anos e 8 meses de saudades...

Como não lembrar cada dia 10, do dia mais terrível da minha vida, o dia que acabou a esperança, acabou tudo...
Saudades do que não vivi...
Hoje, apenas deixo esse poema:

Quando, enfim, a vida terminar
E de um sonho nada mais restar
Num milagre supremo
Deus fará no céu te encontrar.
Edith Piaf

Assim espero, um dia te encontrar! Te amo!

terça-feira, 3 de abril de 2018

Deixa eu falar, escrever, sentir...

O legado dos nossos filhos é tudo o que nos resta deles.
Suas vidas foram ceifadas cedo demais e como pais nós os levaremos por toda a nossa vida em nossos corações.
Nada jamais irá justificar sua morte...
Existem algumas pequenas coisas que nos ajudam a suportar nossa dor, nossa saudade:
O amor e a lembrança de nossos filhos.
Elas ajudam a preencher um pedaço do vazio que ficou em nossas vidas, em nossos corações, em nossas almas...
Então peço a quem convive comigo apenas uma coisa, que é simples para vocês, mas que para nós faz toda a diferença:
Lembre-se de nossos filhos, nos permitam lembrar e falar deles e acima de tudo, sejam compreensivos com nossa dor.
Copyright© B. J. Karrer

domingo, 1 de abril de 2018

Páscoa

Feliz páscoa minha anjinha! Como gostaria de te ter aqui... Comprar o ovo de páscoa que você quisesse...Ahhhhhhhhhhhhhhhhh Saudades do que não vivemos! Ainda tenho aquela coelhinha que eu ganhei quando tinha você aqui dentro do meu ventre, sonhei que na tua primeira páscoa iria brincar com ela... Ficou no sonho...Te amo!

quarta-feira, 28 de março de 2018

...


Depois de Tantas perdas que já tive,
É sempre bom manter a esperança viva.
É necessário acreditar que a vida pode melhorar.
Eu não desisto da vida embora às vezes tenha a sensação de não
poder mais com ela ou de não ter controle algum sobre nada.
Sobre quando esperamos por alguém que sabemos
que não vai voltar...
A saudade se mostra de um jeito diferente,
Ela confunde-se com a pele e torna-se uma parte
de nós que nos completa, mas não preenche.
A casa está vazia. Seu quarto está vazio
E se tenho pesadelo durante a noite eu
Tenho que ficar sozinha.
Se eu conquisto algo não posso ouvir de você que
tem orgulho de mim, mas cada vitória minha
É por você e pra você.
Porque eu sei que você não vai voltar, mas nós ainda nos
Encontraremos e por isso nunca vou
Deixar de te esperar.

sábado, 17 de março de 2018

Letícia faria 6 anos e 9 meses...

Oi, como vai? Eu queria dizer outra vez que eu amo você.
Que nada mudou entre nós
Oi, como vai? A saudade é grande demais
Eu não posso esconder a falta que você me faz
Ah... todo esse tempo, o silêncio, o vazio e a sua ausência me fizeram chorar
Todo esse tempo,
Procurei por você
E é por isso que hoje
Estou aqui
Oi, como vai?
Eu te sinto agora aqui
Bem pertinho de mim
Ouvindo a tua oração
Às vezes a tristeza cega os olhos
E lágrimas caminham sem cessar
O pranto me faz crer que estou sozinho
Mas algo ainda me faz acreditar
Que estás aqui entre nós
Posso ouvir Tua voz
Posso sentir o teu cheiro
Na chuva que cai regando a terra
Nos rios que almejam ser o mar
Nas nuvens que escondem as estrelas
Mas luzem com o brilho do luar
Estás aqui entre nós
Posso sentir o seu toque.
Eu vivo num mundo onde você não me vê.
Estou ao seu lado sem você saber.
Eu ainda guardo o carinho que você me deu.
E trago comigo o perdão pelas minhas faltas.
Sossegue a sua mente.
Ouça no silêncio o que o divino quer lhe falar.
Meus agradecimento a você por tudo que me fez
Agora, vejo seu sofrimento, vejo sua dor.
Pra vencer a barreira só o amor.
Não deixe a revolta lhe possuir.
Tenha calma deixe o tempo passar.
Se olhar pra trás você vai ver.
Gente que sofre mais do que você.
Leia as mensagens que o Mestre deixou.
Tente alguma coisa aprender.
Ele nos ensina que pra se bem viver.
Tem que se amar os outros como eu amo você.
Sorria, sorria, o sol vai nascer.
Eu também fui um dia igual a você.
Sorria, sorria, o sol vai nascer.
Eu também fui um dia igual a você.
Tenha paciencia, pois uma dia você vai me reencontrar.
Não morri, apenas mudei de roupagem e de endereço
mas venho te visitar, porque ainda amo você
Se há amor, há elo!
Sossegue seus pensamentos e sinta a brisa suave de minha presença acalentando seu coração.
Não morri, apenas mudei de roupagem e de endereço
Seus olhos podem não me ver, mas sua alma pode me sentir.