quinta-feira, 25 de maio de 2017

- Por que continuar se deveria ter falecido junto com minha filha?

Uma mãe de luto é um ser muito, muito delicado, cheio de amor, emoção e expressão. 
Dentro dela há uma mistura de sentimentos e emoções, amor, saudade, dor, tristeza, revolta.
O que parece deixa-la tão forte e fazendo com que ela siga em frente visto do lado de fora, é esmagador e devastador dentro dela.
Com o tempo esses sentimentos podem tornar-se reservados e retidos. Isso então dará a horrível sensação de fraqueza, pois quando nós retemos os nossos sentimentos, eles começarão a manifestar nossos relacionamentos. E isso pode ser muito angustiante às vezes.
A boa coisa a lembrar é de que a fraqueza pode, na verdade, dar força. A luta de dor profundamente enraizada torna-se a raiz da força. Todos os pais em luto tem força. Afinal eles sobrevivem da dor amarga da morte de seu filho. Sei disso porque sou um desses seres, que apesar de destruídos por dentro, mantém-se em pé e lutando com a pergunta diária:
- Por que continuar se deveria ter falecido junto com meu filho?
Não há dor maior conhecida na espécie humana, quando ficamos de luto, temos esse sabor amargo em nossas bocas.
Tal como acontece com todas as outras partes da devastação, resta apenas um fator para nos ajudar: o tempo.
Tempo...um tempo para sentir... Um tempo para aceitar e um tempo para curar. Não que o tempo realmente cure, apenas faz com que ela cicatrize.
De tempos em tempos, especialmente em datas especiais para quem ainda vive, essa cicatriz abre e sangra, e leva mais um tempo para que ela torne a parar de doer.
O luto é um processo do dia-a-dia, enfrentar os adversários, também ganhando força. Não nem sempre sentimos, vemos ou sabemos...
Mas, doces amigas, estará sempre lá, a dor, o amor, a saudade...
Mantenha-se na esperança, e saiba saber que sua luta e obstáculos um dia serão sua força e inspiração.

Paz, amor e carinho para todas as mamães de anjo!
Carissa Fowler.

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