domingo, 13 de setembro de 2015

Como sei como é doída a saudade.

Para as mães que choram como eu
Ah, como sei o que sentem, como sei como choram, como sei do pensamento que vaga procurando o por quê?
Como sei como é doída a saudade.
Como sei das lágrimas derramadas à noite ou debaixo do chuveiro.
Como sei a dor de ouvir uma palavra, uma música que nos lembra forte de quem partiu.
Mas, devo repassar o meu alento, repassar o meu conforto.
Todas as noites meu último pensamento é para minha filha (Deus me compreende) e fico na expectativa de sonhar com ela.
E sonho, e a abraço e a beijo e acordo com a sensação das suas mãos acarinhando meu rosto, a sensação do seu beijo morno.
E assim, 4 anos se passaram, sem que eu ficasse um só dia sem chorar a saudade, sem lembrar e sem amargurar a vida que não vejo passar.
Meu conforto são os sonhos, como é bom sonhar com ela.
Quando ela se foi, estava a cabeça raspada, (Da UTI). Algum tempo depois, no sonho, estava crescido.
Hoje, sonho com ela já uma meninhinha, as roupas que usa no sonho são sempre ou rosa, azuis ou brancas, mas um azul que nunca vi na terra, um branco tão branco que me ofusca, mas o seu abraço, ah! o seu abraço, é terno como sempre foi, o seu beijo é morno como se vivo estivesse.
Por isso, minhas irmãs de saudade e dor, vivam com a expectativa de sonhar com seus filhos, vivam como eu vivi, porque no sonho, a gente vê, a gente sente, a gente vai com eles, a gente vive com eles.
No sonho, a partida é a chegada.
No sonho, a morte é a vida.
No sonho, as lágrimas são de alegria.
No sonho, a vida é real.
Um beijo de saudade a cada uma de vocês.
E lembrem-se:
Se tomam algum remédio para dormir, tente não tomá-lo, a primeira noite é difícil, mas depois tudo se torna mais fácil.

Antes de dormir, rezem e durmam, para sonhar e no sonho o reencontro é certo.

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