sexta-feira, 7 de outubro de 2016

PARA VOCÊ QUE QUER AJUDAR ALGUÉM:


Em primeiro lugar, não queira ajudar. O ajudador é quase sempre um ''chato'' que fica ditando regras, que quase nunca servem para nada! Principalmente quando não tem o devido preparo para isso.
Cuide-se para não ser um ''Salvador''. O ''salvador'' é aquele que sempre tem fórmulas prontas para qualquer dificuldade. Que sempre sabe o que é melhor para os outros.
Curiosamente quase nunca sabe o que é melhor para ele mesmo ...
O ''salvador'' está sempre forçando algum tipo de ajuda. Porque no fundo, o que ele quer mesmo é salvar a si próprio. Ele quer estar bem consigo mesmo, considerando-se um salvador dos outros. Ele quer sentir-se superior e magnânimo. Afinal é ele quem tem as fórmulas certas, ele é quem sabe das coisas...
Lembra-me a história da enfermeira que todas as noites chegava no quarto dos pacientes e, quando os encontrava dormindo, em sono profundo, sacudia-os até despertá-los e dizia: "ACORDA!
Está na hora de você tomar o seu remédio para dormir !"...
Ao invés de salvador; tente ser um ''facilitador" de alguém que facilita à pessoa a encontrar o seu próprio caminho. Alguém que age como uma luz iluminando as estradas e não como um condutor de cegos que os conduz onde quer.
Não tenha receio da intimidade respeitosa. O toque gentil, um abraço afetivo são formas muito positivas de dar ao enlutado o apoio de que necessita.
Ouvir carinhosa e atentamente o que o outro precisa falar, vale muito mais do que discursos recheados de frases bonitas e cheias de efeito.
Tenha paciência, sabendo que o enlutado tem tempos diferentes do seu. Cada pessoa tem o seu próprio tempo. Não apresse o rio. Ele corre sozinho.
Por estar vivendo uma grande dor, o enlutado está confuso, anestesiado, sem capacidade para raciocinar claramente. Não o force a reagir. Aguarde. O tempo é o maior aliado de quem sofre!
Deixe-o expressar livremente as suas emoções e, se necessário, incentive-o a fazê-lo. Apenas zele para que ele não se machuque, nem machuque os outros ao fazê-lo.
Deixe-o falar sem censurá-lo ou repreendê-lo pelo que disser. O que pode parecer absurdo ou tolice para você, para ele, pode ser a maneira mais eficiente para aliviar a dor.
Não julgue nem se deixe levar por preconceitos.
Não tente catequizá-lo nem convencê-lo a acreditar em suas próprias crenças.
Momentos de crise nunca são momentos para se tentar convencer alguém de alguma coisa.
Muito menos de pontos de vista religiosos ou espirituais.
Fazer isso é faltar com o respeito à dor do outro. É ser um verdadeiro contra-testemunho de sua própria fé!
Quem sabe você um dia precisará de uma ajuda igual?
(Texto retirado do livro DIZENDO ADEUS de Evaldo A. D'Assumpção Postado por amigos solidarios na dor do luto )


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