sábado, 30 de julho de 2016

difícil abrir armários que guardam cheiros,


Paciência, sim, paciência com meus dias de dor,
meu mundo precisa ser redescoberto,
meus dias reinventados,
difícil abrir armários que guardam cheiros,
tirar as roupas, os sapatos, os perfumes,
todo esse mundo físico que me conta sobre quem partiu,
minhas mãos estão perdidas, meus pés vacilantes,
minha casa e meu coração silenciosos,
Paciência, com a minha voz que fala o nome dele,
repete tantas e tantas histórias,
resgata na memória os alívios,
nas lembranças, um jeito de acomodar esse amor,
me perdoem, não posso deixa-lo partir definitivamente,
preciso de partes dele no que sou,
Paciência, sim, paciência com esse amor reinventado...


Sobre Paciência e Memórias

(Teresa Gouvea)

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