quinta-feira, 4 de junho de 2015

DOR...

Eu tenho uma dor dentro de mim que não consigo me livrar. É como se uma parte minha estivesse sendo dilacerada. Presa dentro desta esfera conflitante, temo que serei dilacerada por minha dor.
Partes do meu corpo, especialmente meu estômago e ventre, detém minha filha.
É como se eu estivesse sofrendo um ataque contra o qual só posso lutar conflitantemente; como a morte do meu mundo; como a destruição do meu passado, presente e futuro.
Tentei viver o presente como se você ainda estivesse viva, mas fui derrotada. Depois tentei viver como se sua morte não tivesse alterado de maneira irremediável a minha vida, mas também fui derrotada nesse esforço. Então agora sei que estou sendo atacada pelo meu luto e pela morte... Sou forçada a viver num mundo que não inclui a sua presença viva, nem a possibilidade dessa presença posso ter.

Posso escolher entre lamentar ou não esse fato, mas não tenho escolhas quanto a viver nesse mundo sem você.
Sua morte para mim, não foi somente a morte do seu corpo, ou de um ser particular, não foi muito mais, foi a morte do meu mundo constituído. O meu mundo temporal vivido dia a dia, mês a mês... Eu sinto sua falta terrivelmente...
No inicio estava abrigada pelo estado de choque, atordoada com a enormidade da minha perda, incrédula de que isso realmente tivesse acontecido comigo.
Nunca mais ....
Minha angústia em confrontar rejeitar, provisoriamente aceitar o significado desta finalidade estrutura meu luto.
Incorporei a sua morte como um vazio que não posso preencher. A sua inexistência é meu vazio. Agora, qual é o meu sentimento? O que eu sinto? É somente um vazio... Você se foi... Assim. Eu penso às vezes também, se você estaria doente, ou se nós o tivéssemos visto, você sabe, sabendo que nunca ia melhorar, eu não sei se isso teria feito alguma diferença. 

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