Eu não entregaria minha filha para salvar a pele de ninguém.

Nesse período de quaresma penso muito no sacrifício de Jesus. Em tudo o que teve que passar para provar o seu amor. Às vezes acho que não sou digna de tanto sacrifício. Que ele não precisava ter feito isso por mim e penso em tudo o que Ele fez pelos seus filhos e no que eu seria capaz de fazer pela minha filha.

Amor! Isso é o que faz alguém entregar sua vida para salvar outra.

Da mesma forma, eu amo minha Letícia. Faria qualquer coisa por ela. Ofereceria minha vida, meu corpo, meu coração. Por ela eu suportaria todas as dores. Todas as perdas, todo sofrimento e todo sacrifício.

Porque eu a amo mais do que a mim mesma.

Pensando no amor de Deus Pai, sinto-me ainda mais indigna: Ele entregou o único filho por minha causa. Eu não entregaria minha filha para salvar a pele de ninguém.

O que quero dizer é que meu coração chora. Chora pela filha que perdi. Chora pela mãe que carrega o filho morto nos braços e que teve que seguir em frente, pois tinha um mundo inteiro para cuidar.

Também penso com esperança. Esperança da ressurreição. Da alegria que teve a mãe ao se reencontrar com o filho, agora vivo! Esperança de vida eterna. Do tão esperado reencontro com o filho amado. Esperança que Ele me deu, na cruz. E a paciência que sua mãe sempre tem me ensinado para esperar que este dia chegue.

Que, com a ressurreição de Jesus, eu possa ter esperança de um dia também participar desta nova vida. Onde não mais haverá tristeza, dor ou sacrifício.