
E essa estrelinha me visita toda noite, acima da nossa casa... A estrelinha aonde habita a Letícia, é impressionante, podem me chamar de louca, mas, a estrelinha da Letícia está sempre acima da minha casa, às vezes o tempo está para chuva, mas, há apenas a estrelinha da Letícia.
As lembranças de tudo que vivemos são fortes penso todos os dias em reencontrar a Letícia, pegá-la no colo, beijá-la, sentir aquele perfumado cheirinho de bebê e olhar em seus lindos olhos, um olhar que me marcou e jamais esquecerei.
(...)-Estás certa de que
não vou sofrer por muito tempo?
(...)-
Eu também volto hoje pra casa...
(...)-
É bem mais longe... Bem mais difícil...
Eu percebia
claramente que algo de extraordinário se passava. Apertava- os nos
braços como se fosse uma criancinha; mas tinha
a impressão de que ele ia deslizando num abismo, sem que eu nada pudesse fazer
para detê – lo.
Seu olhar estava
sério, vagando no além.
(...)
O sentimento do irremediável me fez gelar de novo. E eu compreendi que não poderia
suportar a ideia de nunca mais escutar seu riso. Ele era para mim como uma
fonte no deserto.
(...)-
O que é importante você não vê...
(...)-
À noite, tu olharás as estrelas. Aquela onde moro é muito pequena para que
possa te mostrar. É melhor assim. Minha
estrela será para ti qualquer uma das estrelas. Assim, gostarás de olhar todas
elas... Serão todas suas amigas. E, também, eu te darei um presente...
(...)- Quando olhares o céu a de noite, eu
estarei habitando uma delas e de lá estarei rindo; então será para ti como se
todas as estrelas rissem! Desta forma, tu, e somente tu, terás estrelas que
sabem rir!
(...)-
E quando estiveres consolando (a gente
sempre se consola), tu ficarás contente por ter me conhecido. Tu serás
sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E, às vezes abrirás tua janela apenas pelo simples prazer... E teus
amigos ficarão espantados de ver – te rir olhando o céu. Tu explicarás então:
“Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!” E eles te julgarão louco. Será como uma peça que te prego...
(...)Eu parecerei estar sofrendo... Parecerei
estar morrendo. É assim. Não venhas ver. Não vale a pena...
(...) Tu sofrerás. Eu parecerei estar morto e
isso não é verdade...
(...)- Tu compreendes. É muito longe. Eu não
posso carregar este corpo. É muito pesado.
- Mas será como uma velha concha abandonada. Não
tem nada de triste numa velha concha...
-
Será lindo, sabes? Eu
também olharei as estrelas. Todas as estrelas serão como poços com uma roldana
enferrujada. Todas as estrelas me darão de beber...
(...)- Será tão divertido!
(...) por um instante, imóvel. Não gritou.
Tombou devagarinho como tomba uma árvore. Nem fez sequer barulho...
Trechos do Livro O Pequeno príncipe (Antoine Saint-Exupéry)
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