sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Foi muito difícil...

Lembro que nos oito dias em que acompanhei a Letícia na UTI fiz amizades com outras mães. Geralmente temos a imagem de que as mães de UTI são fortes, mas quando se conhece uma mãe de UTI deve-se multiplicar esta imagem ao dobro ou triplo... Estão sempre otimistas, contam suas histórias e de seus filhos sempre com uma enorme esperança. Mas nem todas as mães são dedicadas aos seus bebês lembro que alguns bebês eram deixados lá aos cuidados dos médicos e enfermeiras. Até os médicos nos diziam que algumas mães tinham que ser avisadas para virem visitar seus bebês e esses bebes estavam vivos e a minha Letícia, estava com morte cerebral, mas, eu estava ali esperando um movimento seu...Também havia ali  mães que tinham seus filhinhos doentes, mas não na UTI e essas vinham conversar comigo e ficavam consternadas com o meu estado...Elas achavam que os médicos deviam apressar as coisas, os exames, mas, eu não ,para mim eu queria ficar ali, um Mês, dois, um ano, dois...o tempo que fosse...eu tinha esperanças, e quanto mais tempo ficasse ali, eu podia ver a minha bebê, Eu sentia que os médicos e enfermeiras nos olhavam com piedade, eles entravam no plantão, saiam do plantão e nós ali esperando o horário de visitas...algumas pessoas chegaram a me dizer para mim dizer para a Letícia que ela poderia ir embora que estava tudo bem, o Luiz também me disse Liliane você tem que entregar ela dizer para ela que ela pode ir embora, eu disse “NÃO,NUNCA VOU DIZER PARA MINHA FILHA IR EMBORA,EU QUERO ELA COMIGO,EU QUERO IR EMBORA, ELA NÃO!”. Neste dia  veio a Psicóloga queria conversar conosco,disse para nós sairmos para comer uma pizza.Eu só a olhei e não respondi,tinha medo que iriam querer me internar,mas:Comer uma pizza com minha filha morrendo??? 

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