quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sou mãe-órfã


O texto abaixo de Denise Rangel diz o que estou sentindo, a dor de uma mãe que perdeu um filho é grande demais, é um vazio tão grande que nem dá pra explicar, só quem passou por isso é que sabe realmente como é. Na vida da gente às vezes acontecem coisas que não conseguimos entender, por mais que nos perguntemos o porquê não conseguimos a resposta.Me perguntei tantas vezes porque Deus? Mas sei que os planos de Deus não são nossos planos, não entendemos os propósitos de Deus, mas temos que confiar. Sei que Deus sabe de todas as coisas e sabe o que é melhor, mesmo que não entendamos no momento. Mas um dia Deus vai nos responder o por que. Deus conhece o amanhã e eu não. E tenho certeza que um dia verei a Letícia novamente e nunca mais nos separaremos. Eu me apego a essa esperança para não enlouquecer. Deus prometeu e Ele sempre cumpre suas promessas. Um dia vai ressuscitar a Letícia e entregá-la  em meus braços, não mais doente, sofrendo, mas vai me entregá-la saudável, feliz, que dia maravilhoso será!Como diz a música do Pe. Marcelo Rossi “Eu creio nas promessas de Deus”
Eu creio nas promessas de Deus
Eu creio nas promessas de Deus
Eu creio nas promessas do meu Senhor...
“Para a morte de um filho não há cura, tratamento, nem alívio para a dor. A morte de um filho faz sofrer o coração até o fim. Fim que não chega nunca. Morre-se um pouco todos os dias. Enlouquece-se de dor, sem se perder a razão.
Dizem que mãe não deveria chorar a morte do filho, mas a dor desta perda é um pranto sem lágrimas, um lamento silencioso.

Um verso de Chico Buarque diz que “a saudade é arrumar o quarto/ do filho que já morreu”. Arrumei o quarto dele, antes mesmo de saber que já estava morto. Talvez, no íntimo ja o soubesse.
Mas essa não é a maior dor. A saudade do filho que já morreu é a dor de todas as dores. Pensei que pudesse esconder tal dor, mas, no fundo dos olhos o brilho se apagou, e a lágrima é a dor que transborda, que afoga e sufoca. Vejo a vida de meu filho ir-se não de uma vez, mas aos poucos, numa luta inglória contra as drogas, câncer causador de inúmeras tragédias, que culminou com a partida do meu menino, mas não encerrou o sofrimento de quem o gerou e o carregou e o apoiou em sua vida.
Conto essa história sem mágoas, ódios ou rancores. Mas a angústia que sinto, ao recordar a injustiça de que foi vítima e a brutalidade de como meu filho me foi tirado,às vezes me faz fraquejar. Porém, surpreendentemente, Deus me concede uma inexplicável força para ir em frente com a determinação de quem não se entregou à desgraça da perda do filho, esse absurdo revoltante.
E só quem prestar muita atenção perceberá lá no fundo dos meus olhos, a dor, aquela, maior de todas.
A da mãe-órfã.”
 (Denise Rangel)

LETÍCIA MAMÃE E PAPAI NUNCA VÃO TER ESQUECER!

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