quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Não quero não aceito que ela está lá...

  

Tentei deixar teu túmulo mais parecido com vc, com as faixinhas das garotas super poderosas pq vc é uma delas...papai e mamãe  encomendaram na floricultura um arranjo de flores do tamanho do teu túmulo no centro um coração vermelho, o que eu daria de presentes de natal,aniversário,páscoa,dia das crianças agora dou em flores,afinal ouvi falar que anjos gostam de flores...E infelizmente é a única coisa que posso te dar além do meu amor que é infinito... 

Não quero não aceito que ela está lá... Talvez porque eu tenha plena convicção de que naquele lugar frio e triste não está você e sim apenas seu corpinho sem vida... E sinto dentro de mim que hoje não é o seu dia!!! Pois tenho total certeza que você vive e é muito feliz!!!
Segundo a bíblia, o corpo vira pó e o espírito retorna para Deus... E a sua alma há muito tempo já subiu para perto de Deus!!! Você vive em outro plano, no céu... Você está em paz e feliz envio beijos e abraços para que chegue até você, não quero que fique triste por mim, pelo contrário quero que fique feliz, quero que só o meu amor chegue até você os outros sentimentos de dor e saudades quero que fique aqui comigo, só comigo... Hoje quando acordei fiquei imaginando você ali entre a mamãe e o papai, brincando e fazendo traquinagens com a gente, você já estaria com quase 5 meses...estaria linda como sempre... Queria tanto saber como você está minha pequena,  venha visitar a mamãe, preciso sentir você pertinho de mim...
 
...é minha filha a dor que eu sinto vai durar para sempre, sinto saudades dos dias que passamos juntas, que para mim foram os melhores dias da minha vida... Sinto que estás sempre comigo, mas queria poder te pegar no colo te dar carinhos. Filha amada nunca vou te esquecer, foram apenas 54 dias, mas que valeram por uma vida... Pra sempre eu vou te amar.
Eu te amo minha florzinha e quero te sentir bem! Seja feliz pela mamãe tá bom!!!
Bjs daqui até no céu cheio de saudades,

A morte de um filho deixa uma dor eterna

13/04/2008 00h00
Entrevista de Jorge Forbes para o jornal O ESTADO DE S. PAULO - caderno Metrópole, domingo, 13 de abril de 2008.

Opinião é do psicanalista Jorge Forbes; para psicóloga especialista em luto, muitas mães nessa situação se culpam por continuar vivendo.

Laura Diniz

Vazio absoluto. Um nada sem chão, teto ou paredes. Mais que um poço fundo, o fundo sem o poço. A falta de ar. O desespero. A desesperança. Irracional, ilógico, inaceitável. As palavras e imagens mais fortes não são capazes de definir, na opinião de especialistas ouvidos pelo Estado, o luto de uma mãe que perde um filho.

“A morte de um filho deixa cicatriz indelével, uma dor eterna”, explicou o psicanalista e psiquiatra Jorge Forbes, presidente do Instituto da Psicanálise Lacaniana. “É a pior situação humana, não há perda maior. Não tem nada de simbólico para a pessoa a elaborar essa perda. Você morre junto mesmo!”

A empresária Elizabeth Cabral, de 54 anos, fundadora da ONG Dor de Mãe, disse que, provavelmente, a bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, de 24, ainda não realizou a perda da filha, Isabella, de 5. “Está tudo muito recente. Ela deve estar sendo muito assediada, o País se movimentou em volta disso”, afirmou Elizabeth, que perdeu um filho numa cirurgia malsucedida há oito anos. Segundo ela, a ficha demora muito para cair - já viu casos de um ano -, mas o tempo varia de mãe para mãe. “Eu segui esperando por um bom tempo. Fazia a comida preferida dele, limpava a casa com o desinfetante com o cheiro que ele gostava, não tirava o terno no armário, lavava o tênis. Aos poucos, fui tomando consciência de que meu filho não voltaria.”

Gradações do Luto

Em termos técnicos, chama-se trabalho do luto, segundo Freud, a atividade que a pessoa realiza quando perde alguém querido. “Para Freud, o ser humano não é um ser de dois braços e duas pernas. É como se fosse uma ameba com vários braços e pernas que nos conectam com as pessoas do mundo com maior ou menor intensidade”, explicou Forbes. Quanto mais difícil for colocar amor em palavras, mais forte será a conexão e mais dolorosa, a perda. O trabalho de luto é a recolocação desses “braços e pernas” que ficaram soltos em outras pessoas e ideais. Ocorre após um tempo de recuo sobre si mesmo, depressão ou melancolia.

Segundo Forbes, o luto dura habitualmente de dois a seis meses para pessoas não muito próximas. No caso de filhos que perdem os pais, leva mais de um ano quando a morte é imprevisível. A dificuldade em lidar com a perda é maior entre 5 e 15 anos de idade, quando a pessoa ainda está constituindo a identidade. “Se for antes, fica mais fácil de substituir; depois, já se tem recursos para trabalhar o luto.”

Se a morte dos pais é natural, decorrente da velhice, a dor é amenizada pela previsibilidade. “O filho vai se preparando durante toda a vida para a perda dos pais. O trabalho de luto é constante. Ele vai constituindo outra família, repete nomes de antepassados nos filhos, muda de posição em relação aos pais - passa a ser provedor -, começa a falar de herança etc.” A perda vai, então, se transformando em memória.

O mesmo processo ocorre quando pais perdem filhos de forma previsível. “Ao longo de uma doença do filho, por exemplo, a dor dos pais é terrível, mas haverá elaboração. O luto começa no dia do diagnóstico e eles iniciam a substituição da presença pela memória”, explicou o psiquiatra.

Por ser “antinatural”, a morte imprevisível do filho é a que mais desestabiliza o ser humano. Nesse caso, o processo de substituição da presença pela memória e de recolocação no mundo fica muito mais lento e doloroso porque os pais não conseguem lidar com seus sentimentos. “A pessoa, nos momentos imediatamente posteriores à perda, percebe abaladas suas sensações de segurança, esperança, entusiasmo e previsão de futuro - o popular ‘tô sem chão’. Paradoxalmente, essas são as ferramentas para o trabalho de luto. Os pais ficam num vazio absoluto.”

Elizabeth conta que muitas mães acabam se sentindo “ETs” porque não conseguem lidar com a dor e o mundo. “O sofrimento pode ser expresso com desespero, alienações, ou sintomas de enlouquecimento. Muitos pais ficam presos à presença do filho e a recuperam em um outro mundo”, explicou Forbes.

A psicóloga Gabriela Caselatto, doutora em luto materno pela PUC-SP, afirmou que a perda para a mãe é mais dolorosa que para o pai, pelo que o filho significa na vida dela. “Representa questões de infância, identidade pessoal, desempenho como mãe e expectativas de futuro que se cria em relação ao filho, que é continuidade da vida dela.”

Segundo Gabriela, após a perda, as mães sentem muita culpa. “Por sobreviver, já que o filho, de forma antinatural, morreu antes dela; pelos cuidados que imagina que poderiam ter impedido a morte dele e por sentir prazer na vida depois da morte de um filho.”

Outro drama enfrentado pelo casal após a perda é a dificuldade em conviver. Segundo a psicóloga, pesquisas indicam que 80% dos casais que perdem filhos se separam. “Os dois não conseguem conversar. Se o marido não quer falar porque dói e a esposa precisa falar porque ajuda na dor, um incomoda o outro.”

Elizabeth contou que, após a morte do filho, fica com o coração mais apertado quando vê uma família com pai, mãe e todos os filhos por saber que nunca mais terá sua família junta novamente. “Não existe ex-mãe nem ex-filho. Vou deixar de pensar no meu filho só no dia em que for calada pela morte.”


PRECE DAS MÃES PELOS FILHOS FALECIDOS. SENHOR, nosso coração dói por causa dos nossos filhos que se foram, mas a nossa fé resiste. Em outras partes, as mães carregam o peso da separação dos filhos. E, se tantas são chamadas a essa prova, é porque tens um plano para elas e para os filhos. És tu mais do que uma mãe. É a mãe das mães. O filho de todas as mães são mais filhos Teus do que delas. Põe, pois, uma benção sobre nossa cabeça e venceremos essa dor. Recebe os nossos filhos, afaga-os, protege-os, destina-lhes um pouso de paz, onde serão muito mais felizes do que aqui. Conforta também os corações das outras mães para que aceitem a Tua lei de amor!

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